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2/04/2010

RECEPTIVO: A INDUSTRIALIZAÇÃO DO NÚCLEO TURÍSTICO

A atividade turística deve ser entendida como uma linha de produção,onde a qualidade, criatividade, preço, diversidade, são atributos que irão convencer nossos consumidores. Precisamos dosar a quantidade de oferta à quantidade de demanda, a qualidade da demanda à qualidade dos produtos e serviços oferecidos. Precisamos para vender essa produção “industrial”, conservar nosso meio ambiente, as tradições, a cultura, a gastronomia e tudo que é diferencial. Precisamos ainda para implementar tais vendas de levantamentos diversos, pesquisas de opinião, dados econômicos. Só aí é que vamos nos lançar ao mercado para vender e receber tais compradores, chamados de turistas. Sendo uma engrenagem; a sobrevivência e até o desenvolvimento dos negócios depende do esforço individual e coletivo, da comunidade, da legislação, da infra-estrutura urbana, da estrutura de apoio; enfim precisamos ter um Receptivo que funcione bem às 24 horas dos 365 dias do ano e se for bissexto, 366, e que preencha as necessidades, gostos, vontades, anseios da nossa clientela eleita, para que ela gaste o máximo que possa gastar e fique satisfeitíssima em ter gasto. O que é o receptivo? É um time, uma equipe. Não tem dono – têm participantes, parceiros, apoiadores. Tem objetivos, metas, passa por reciclagem, se adapta, é um processo dinâmico, ágil e primordialmente coletivo, quase diria que é a essência prática e democrática do socialismo, ou como queiram outros – o célebre um por todos, todos por um. Conscientização, sensibilização, mão-de-obra, sinalização turística, roteiros, legislação fomentadora, alojamentos hoteleiro e extra-hoteleiros, infra-estrutura, estrutura urbana e receptiva, criatividade, aspectos diferenciais, calendário de eventos, gastronomia, transportes em geral, religião, folclore, entretenimento, recreação, passatempo, lazer, vida noturna, compras, esportes, espaço rural, artesanato, atrativos: paisagísticos, históricos, monumentais, arqueológicos, ambientais, geográficos, equipamentos para eventos, cultura, podendo até aproveitar os modismos. Todo pessoa que vem gastar em nosso núcleo, cria o chamado efeito multiplicador na economia – é dinheiro de fora entrando – portanto todos são bem vindos independente de onde vierem e quanto tempo ficarem. Nosso receptivo pode e deve contemplar todo tipo de demanda, desde que traga lucro, preservando sempre os nossos aspectos diferenciais, pois eles são a “galinhas dos ovos de ouro”.



* Por: Otavio Demasi - consultor de turismo/jornalista Mtb 32548 - odtur@ig.com.br - www.odtur.blogspot.com

PRESERVAR PARA FATURAR

Ernest Haeckel, o inventor da palavra “ecologia”, nos idos de 1866, mal sabia, o quanto a mesma estaria inserida em livros, sendo objeto de reuniões, congressos, conferencias, criando ummovimento internacional em igual e debates que movimentam as principais personalidades internacionais, organismos diversos e pessoas. No Brasil, tivemos em 1958 a instalaçaão da FBCN- Fundação Brasileira para a Conservação da Natureza. Na década de 70, um sem número de entidades ambientalistas foram, criadas, com maior amplitude filosófica, dando origem às ONGs- Organizações Não Governamentais. A reunião de Estocolmo em 1972, reuniu 113 países para debater o tema. A ONU- Organização das Nações Unidas criou o PNUMA – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o PNDU - Agencia financiadora de projetos que se relacionam com o meio ambiente e desenvolvimento. No Rio de Janeiro em 92 se debateu o conceito “Desafio do Desenvolvimento sustentável”. No inicio dos anos 80, o Instituto de Estúdios Turísticos da Espanha, lançou o livro “Turismo y Ecologia”, com artigos diversos de especialistas abordando o binômio e esbolando idéias, ações, filosofia e políticas que gestassem um Desenvolvimento Turístico Ecológicamente Auto sustentável”, tendo ocomo alavanca de consumo os fluxos turísticos direcionados dimensionados, bem como produtos e serviços corretamente ecológicos. O despertar e a consciência ecológica, fez com que fossem criadas inúmeras instituições voltadas para o problema, sendo a imprensa, uma grande aliada nessa caminhada perene. Pelo país inúmeros eventos abordam a problemática do ecoturismo, através de seminários, congressos, exposições e feiras, vindo nesse esteira uma política nacional de ecoturismo. A ativação do turismo rural, agro turismo, da agro ecologia, voltadas ´para o vivenciamento do dia-a-dia no campo, sem maquiagem é alternativa já implantada e em implementação constante. Surge os binômios: Turismo e Folclore, Turismo e Cultura, Turismo e Ecologia, Turismo e Esportes de aventura , Turismo e Saúde e o crescente número de roteiros especializados, fomentando caminhadas, trilhas, safári fotográficos e ou de observação. A ação dos grupos de espeleólogos, abrindo roteiros guiados às grutas e cavernas, sempre cuidando da preservação, que também num esforço heróico, batalha na preservação do imenso patrimônio histórico, cultural , monumental , arqueológico e natural do país. A riqueza- ameaçada constantemente – em nosso país é imensa. Floresta amazônica, mata atlântica, pantanal, cerrado, mata de araucárias, pampa, semi-árido, zona costeira, cavernas, grutas, manguezais, parques nacionais, reservas biológicas, estações ecológicas, florestas naturais, áreas de proteção ambiental, reservas extrativistas, áreas de relevante interesse ecológico, área sobre proteção especial, entre outros. O setor permite permite a criação de produtos, subprodutos, agregados à serviços múltiplos, tendo como matéria prima, que exige manejo, bom senso, técnicas adequadas, visitação controlada e constantes debates e reciclagens. Essas riquezas naturais, precisamos atentar, que não precisamos tirar nada, ao contrário é importantíssimo preservar. Conservemos a nossa “galinha dos ovos de ouro”.



* Por: Otavio Demasi - consultor de turismo/jornalista Mtb 3254 - odtur@ig.com.br