Biomade registra o encalhe morto de um Boto-cinza na Praia de Atalaia no litoral piauiense.
Nesse final de semana a equipe do projeto Biomade patrocinado pela Petrobras registrou o encalhe de um boto morto na praia de Atalaia, município de Luís Correia – PI. Trata-se de um macho com 1,68 cm de comprimento da espécie boto-tucuxi (Sotalia guianensis), conhecido popularmente como boto cinza ou golfinho-cinza.
Qual a diferença entre boto e golfinho?
Na classificação dos biólogos, não há nenhuma diferença, é só uma questão de nomenclatura regional. O termo boto ganhou força no Brasil para nomear o pequeno cetáceo encontrado nos rios da Amazônia. A partir daí, passou a ser ensinado em escolas que boto era de água doce e golfinho, de água salgada. Mas essa diferença não existe.
Algumas espécies de cetáceos chegam inclusive a receber os dois nomes, como é o caso do boto-tucuxi (Sotalia guianensis), também conhecido como golfinho-cinza. Animais muito inteligentes e ótimos nadadores, os golfinhos, ou botos, podem atingir velocidades de até 40 quilômetros por hora e saltar 5 metros acima da água, dependendo da espécie.
O Boto e os mitos
Diz uma lenda amazônica que o boto pode se transformar e ir às festas da região na forma de um homem bonito e forte, vestido de branco, bronzeado e muito perfumado, que convida as moças para dançar e depois as seduz. Mas o boto nunca tira o chapéu para esconder seu segredo: um buraco na cabeça por onde ele respira. Ele também toma muito cuidado para ir embora das festas antes do amanhecer.
Por isso, toda donzela era alertada por suas mães para tomarem cuidado com flertes que recebiam de belos rapazes em bailes ou festas. Por detrás deles, poderia estar a figura do boto, um conquistador de corações, que pode engravidá-las e abandoná-las.
A lenda serve como pretexto para moças justificarem a gravidez sem casamento. "Foi o boto", dizem.
Há um filme no Brasil que fala sobre a lenda do boto: Ele, o boto.
*Edição do Jornal da Parnaíba
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