3/18/2009
DISCURSO E POPULISMO
O discurso político é construído de muitas formas e por várias razões. Pode ser feito em função de ações realizadas, ideias e projetos defendidos em favor da coletividade, expectativas quanto à possibilidade de assumir o poder, feitos pessoais e experiência profissional. Pode ser construído também em cima do conhecimento de determinado político sobre a realidade sócioeconômica e cultural que o cerca, bem como do conhecimento travado com as pessoas ao longo de um certo período de tempo. Tudo isso pode mobilizar os postulantes a funções políticas no sentido de convencer a população em geral e o eleitorado em particular. Isso acontece porque o cidadão se projeta no discurso e escolhe o seu candidato ou posicionamento de acordo com aquilo que está mais próximo de si. Assim, na maioria das vezes, os políticos optam pelo populismo rasteiro, porque de tanto conviver passam a entender as aspirações das pessoas e ao invés de trabalhar no sentido de solucionar demandas atuam apenas no sentido de incutir na mente das pessoas a ideia fixa de que são eles os únicos detentores da verdade e da capacidade de realização.
O processo político-administrativo não se constroi na mentira. Desse modo, determinado postulante pode até chegar ao poder e se manter por um algum tempo, mas não deixará raízes e tampouco sua obra se refletirá no futuro, mesmo próximo. O ideal é fazer do discurso a prática e trabalhar de verdade. O discurso que permanece é aquele que se projeta sobre o compromisso e o respeito.
PS: Editorial do Diário do Povo.
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