Trapiche em Luis Correia |
O SBT Repórter desta segunda, 06 de fevereiro, faz uma pergunta: Até onde você se arriscaria pelo sustento da família? A equipe do programa viajou até o Nordeste do Brasil para mostrar, com exclusividade, a pesca predatória da lagosta e escancarar uma atividade ilegal, que pode fazer desaparecer para sempre uma iguaria valiosa. A equipe também flagra imagens de um crime ambiental no fundo do oceano: Em poucos minutos, dezenas de lagostas vão para as redes. Em Luis Correia, a gambiarra feita pelos mergulhadores em alto mar não é diferente e o único equipamento de segurança é a própria sorte. Existem inúmeros exemplos de quem pagou com a própria vida por desempenhar essa atividade criminosa. A pesca no Litoral do Piauí ainda é extremamente predatória. Essa prática mata milhões de toneladas de peixes, crustáceos, tartarugas e mamíferos marinhos todos os anos em nosso Litoral. O impacto maior está sendo sentido na pesca da LAGOSTA que vem sofrendo um processo contínuo de desaparecimento da nossa costa. E o IBAMA, órgão responsável pela fiscalização e controle das atividades pesqueiras, não tem cumprido o seu papel, e vive com suspeitas de corrupção na relação entre seus agentes e empresários do setor. A população litorânea é testemunha ocular de um constante desrespeito ao período de defeso das espécies marinhas. São barcos saindo na madrugada, com uso de instrumentos de pesca há muito tempo proibidos, chegando com toneladas de produtos pescados ilegalmente. Porque o IBAMA também não ver?... Essa atividade, notada ano após anos pela população nativa do Litoral, deixa bastante clara a possibilidade de extinção da espécie e conseqüentemente, a deterioração de um setor que poderia contribuir potencialmente para o nosso desenvolvimento social e econômico. Entre todos os envolvidos no setor, incluindo os industriais, armadores, pescadores, pesquisadores, ONGs e o próprio governo, o que se vê é um desempenho contrário daquilo que deveria ser a sua missão: Combater tal crime. Pseudo-s seminários, formação de comitês de gestão, conferências e publicações de Instruções Normativas para solução do problema, se tornaram um festival de demagogia e hipocrisia contribuindo apenas para o enriquecimento ilícito de empresários do ramo. As formas mais devastadoras da pesca predatória como as REDES DE ARRASTÃO (que arrastam tudo que encontram pela frente, destruindo o habitat das espécies), a REDE DE MALHA FINA (onde se captura seres ainda filhotes), a PESCA EM ÉPOCA PROIBIDA (defeso da lagosta, do camarão e do caranguejo para reprodução da espécie) e o COMPRESSOR (utilizado na pesca de mergulho, um crime contra o meio ambiente que ainda coloca em perigo também mergulhadores despreparados e sem os equipamentos de segurança necessários provocando várias vítimas fatais), são utilizadas de forma escancarada em nossa região, sob os olhos omissos das autoridades competentes.
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