ZEQUINHA MACHADO |
ENTREVISTA COM O SENHOR JOSÉ ARAÚJO MACHADO, VULGO ZEQUINHA, SOBRE AS TERRAS DE LUIS CORREIA:
M.R: Em relação à
concessão das terras de Luis Correia para instalação de usina eólica, o que
realmente aconteceu?
Zequinha: Foi tudo de
maneira irregular, pois uma usina eólica não necessita de uma área tão grande
para a sua instalação e o que foi feito foi uma concessão de 2.400 hectares
para uma única pessoa para aparti daí negociar com empresas de maneira a ter um
rendimento astronômico e um repasse mínimo para a Prefeitura de Luis Correia,
sujeitando assim o Município a perca praticamente total do restante de suas
terras durante 25 anos.
M.R: Quem concedeu
essas terras?
Zequinha: O ex-prefeito
Toinzinho respaldado segundo ele pela Câmara de Vereadores e repassaram para o
senhor Hugo Prado Filho, que por sua vez era sócio de Anuar Daher da
BARRAMARES, junto com o Dr. Lívio (advogado de Teresina), compondo assim uma
sociedade para usufruir dos benefícios financeiros advindos da concessão dessas
terras.
M.R: Como o senhor ver
a forma como foi feito esse negócio?
Zequinha: Foi cometido
um crime sem tamanho com a cidade de Luis Correia e com sua população. Porque
uma vez concedida essa quantidade de terra, deixaria a cidade sem lugar
apropriado para construir conjuntos residenciais, sob a alegação de que essas
terras eram inservíveis. Eram tão inservíveis
que renderia praticamente R$ 500.000,00 (Quinhentos Mil Reais) por ano
para as pessoas que receberam a concessão, restando para Luis Correia apenas
duas parcelas de R$ 32.000,00 (Trinta de Dois Mil Reais) por ano. Isso enquanto
não funcionasse a eólica. Posteriormente o ganho dessas pessoas chegaria a R$
5.000.000,00 (Cinco Milhões de Reais) por ano. E isso nós não podíamos admitir
nem de longe. Por isso mesmo é que entramos com duas ações civis públicas, uma
no Tribunal de Contas de Estado e outra no Tribunal de Justiça do Piauí, que
teve o seu desfecho no dia 15/02/13, com o Exmo Sr. Dr. Juiz de Luis Correia
dando parecer favorável a nossa ação. É bom que se esclareça que o ex-prefeito
Toinzinho fez a concessão e depois o então prefeito Kim do Caranguejo manteve
essa situação no mínimo criminosa.
M.R: E a atual prefeita
Adriane Prado onde entra nessa estória?
Zequinha: A senhora
prefeita após o conhecimento da sentença do dia 15/02, reuniu os vereadores no
dia 18/02 e aprovou um Decreto de Lei tornando sem efeito a lei na qual o
Toinzinho se baseou para fazer a concessão. Nós podemos até trazer a lenda da
cobra morta. Porque a sentença é do dia 15/02 e o ato da senhora prefeita é do
dia 18/02. O próprio Juiz em sua sentença já tornara inconstitucional a lei que
eles aprovaram e responsabilizando todos os envolvidos encaminhando cópia da
sentença para os Tribunais e para a Polícia Federal, para que seja analisado e
enquadrado os réus nos crimes de responsabilidade, de lesão do patrimônio
público, deixando eles sem condição de se eleger futuramente, tornando público
os atos criminosos cometidos por essas pessoas. Portanto, a senhora prefeita,
fez “continência com o chapéu alheio”, porque o ato dela é posterior a
sentença.
M.R: As terras cedidas
correspondem a que área do Município?
Zequinha: Olha é uma
área que vai mais ou menos dali da Colônia de Férias do IAPEP, um pouco mais do
lado direito, até próximo ao Coqueiro da Praia e se estendia até as dunas dos
macacos que é onde a nossa vista alcança. E eles começaram inclusive a expulsar
os posseiros de lá em nome do documento que a Prefeitura lhes concedeu.
M.R: Essa questão das
terras de Luis Correia foi sempre muito polêmica. Existem inclusive denúncias
de falsos corretores e imobiliárias clandestinas que loteiam terras públicas
para fazer especulação imobiliária. O senhor tem algum conhecimento dessa
questão?
Zequinha: É verdade. Não
é de agora que esse procedimento tem sido posto em prática em Luis Correia. As
pessoas abastadas, principalmente da Capital, de maneira quase sempre
irregular. Primeiro sem uma avaliação criteriosa sem saber realmente a quem
pertence e conseguem num “passe de mágica” cadastrar na Prefeitura, recolher
imposto, para depois legalizar junto ao cartório, enquanto que o cidadão comum
não tem acesso a esse benefício. Então aquilo que era patrimônio de todos passa
a ser de poucos e daí pra frente nós temos conhecimento que algumas áreas são
vendidas inúmeras vezes dando ganho fácil a especuladores que não tem nenhum
compromisso com a cidade e nem com o seu povo.
M.R: Zequinha muito
obrigado pela entrevista e fique a vontade para as suas considerações finais.
Zequinha: Para
finalizar Marcelo, eu tive que enfrentar o senhor Governador quando numa
solenidade ele disse que quem estava contra a eólica estava contra ele e conta
Luis Correia. E eu disse a ele que há muito tempo não ouvia alguém com um
discurso tão eloquente, mas, que infelizmente tinha encerrado de maneira
infeliz, sem conhecimento da causa. Portanto, fica aqui os meus agradecimentos
e quem ler a mensagem procure conhecer a situação de fato e de direito, como
foi sentenciado pelo Dr. Júlio Cezar, bem como, o Senhor Promotor Galeno que
também teve a sua participação devolvendo as terras do Município ao seu povo.
Muito obrigado Marcelo.
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