6/01/2009
ESQUERDA ADORMECIDA
Que tipo de crescimento o Poder Político opera numa sociedade com projeções atuais de 50 milhões de desempregados? Que modelo de consumo vamos adotar depois do fracasso irresponsável e ganancioso dos americanos de um lado; da massificação chinesa na venda de produtos descartáveis sujos, frutos da exploração de 800 milhões de operários; e na incontrolável guerra que envolve povos cujos domínios religiosos ortodoxos históricos parecem não avançar jamais? Qual tipo de Estado que queremos diante dos efeitos econômicos criminosos de regulamentações, ou falta delas, que, historicamente , favoreceram a concentração de renda e distanciou o sonho da distribuição de renda ? Se parássemos de produzir inutilidades/lixo para nos concentrarmos na distribuição do que já temos em excesso não estaríamos promovendo uma grande revolução? Quem está fazendo uma revisão histórica do modelo capitalista ainda em prática? A mais valia do patrão já não deveria estar sendo revertida em nome da eterna exploração do operariado? Onde estão os sindicatos como ponto de pressão para valorização da classe trabalhadora. A esquerda adormeceu? Que tipo de retorno político pode gerar a indignação de eleitores que veem seus eleitos desperdiçando fartas e gordas verbas de gabinete? Por que marquetear, mundo afora, o perfil psicológico/estético de um presidente que parece ter esquecido a luta operária, orgulho para sua escolha, em nome de um neoliberalismo que uniu o Brasil no histórico impeachement presidencial ? Mais importante que multiplicar elogios “espontâneos” de lideres mundiais interessados nas riquezas brasileiras, não seria melhor ver o que esses líderes querem construir em comum com o Brasil, para potencializar nossas riquezas prioritariamente em nome dos brasileiros? Quando a Política estruturante, de grandes linhas, comprometida com o futuro, com o trabalhador, com o cidadão, substituírá a atual pequena política, partidária, preocupada só com a simples substituição /revezamento de cargos, sem os compromissos sociais apaixonantes como a defesa da vida harmoniosa e civilizada nesse planetinha em eterna ebulição? Mas nós, jornalistas, não nos cansamos de mostrar e muita gente não quer ver, dolorosas feridas, em corpos, mentes e almas de brasileiros guerreiros. Até quando veremos cidadãos morrendo, à míngua, sem direitos básicos como uma rua limpa, um corpo saudável e uma mente ativa/criativa ? Como a ganância do capitalismo, que levou á crise atual, pode se transformar numa grande oportunidade para a construção de um novo paradigma que simplifique o complicadíssimo economez, que insiste servir o acúmulo de capital para quem sempre se beneficiou dele, e multiplique a cultura da vida simples, onde a harmonia e bem estar não se vinculam ao acúmulo de carros na garagens, construção de castelos inabitados, capital financeiro virtual especulativo, e posse de bens materiais que em nada eleva a condição humana na cadeia de vida verdadeiramente sustentável , em harmonia com a Natureza, origem da Vida.
Por: Liliana Peixinho – DRT 1.430 - Jornalista, ativista sócioambiental. Fundadora do Movimento AMA – Amigos do Meio Ambiente www.amigodomeioambiente.com.br
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