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6/30/2009

TURISMO CULTURAL



A partir do momento em que as pessoas se deslocam para conhecer as manifestações artísticas, culturais, históricas, religiosas e científicas de um determinado destino turístico, elas estão praticando turismo cultural. Mas para que isso aconteça o turista tem que estar motivado. O destino escolhido às vezes desperta interesse ou curiosidade imediata. Se o local estiver sempre na mídia ou na voz daqueles que fazem a propaganda boca-a-boca, fica mais fácil motivar o turista que busca não apenas o lazer, repouso ou agitação musical de carnavais fora de época. Para quem sabe apreciar a cultura, visitar localidades diferentes, onde se cultiva o amor à história, às danças, à preservação do patrimônio histórico, aos hábitos e costumes de um povo, o programa passa a ser cultural ou se quiser entenda como turismo cultural. O litoral piauiense já é possuidor dos atrativos naturais, como águas mornas e cristalinas, dunas, mangues, Delta, lagoas e rios. Entretanto, quando chega à noite aonde vai o turista? Durante o dia ele desfrutou as praias, bebidas e comidas da região. Agora o que fazer depois? Cadê o artesanato? A feira cultural? Temos que colocar outros atrativos para motivar o visitante a ficar mais tempo e a consumir nossos produtos. O bar, o restaurante, a hospedagem e as praias não são suficientes para atender o turista sedento de cultura. Ele quer ir ao teatro, ao cinema, deseja assistir apresentações de danças folclóricas, clássicas ou modernas. Quer conhecer algo curioso ou exótico da localidade. Tem gente que viaja só para conferir se o que viu em fotos realmente é daquele jeito mesmo. Já pensou uma caravana de turista chegando em Luis Correia de trem, visitando o museu da Estação e o Farol, assistindo as apresentações de danças, dos blocos e escolas de samba, comprando peças do artesanato, buscando conhecer por que a cidade perdeu tudo isso, até seu próprio nome Amarração? Isso é turismo cultural. As prefeituras, o governo estadual e as organizações não-governamentais devem motivar e apoiar os grupos culturais para que as manifestações artístico-culturais aconteçam também em períodos que não sejam os de alta temporada. O Bumba-meu-boi e as danças folclóricas, só para citar dois exemplos, estão presentes durante o ano todo em várias cidades brasileiras. Afinal, turista nem sempre escolhe o período em que vai visitar um destino. O turismo cultural é hoje uma fatia importante para geração de empregos diretos e indiretos nos municípios dotados desses atrativos. Mas é preciso planejar e executar as políticas públicas voltadas para esse segmento da economia. As ações dos setores públicos e privados têm que estar interligadas. Todos são atores multiplicadores do processo. Essa modalidade de turismo está apoiada em princípios do desenvolvimento sustentável de ordem econômica, social, ambiental e cultural de tal forma que deve assegurar às gerações futuras o acesso a esses bens da nossa cultura.

* Por: Joaquim Lopes Saraiva - Jornalista.

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