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7/14/2010

EM BARRA GRANDE É OUTRA HISTÓRIA


O Governo do Estado anunciou investimentos na ordem de R$ 4 milhões em Barra Grande, no município de Cajueiro da Praia, no litoral piauiense. O problema é que a população não quer as obras anunciadas. A comunidade reivindica obras necessárias como creche, esgotamento, abastecimento d´água e energia, que a região não dispõe. Os representantes da região alegam que estão destruindo área de preservação ambiental do Delta do Parnaíba e ameaçam espécies protegidas como o peixe-boi e o cavalo marinho. Pelo menos cinco associações, quatro pousadas e até a igreja católica se manifestaram contra as obras anunciadas, através da Secretaria de Turismo do Estado. Eles foram ao Procurador da República, Marco Túlio Lustosa Caminha, a quem entregaram um documento, onde todos os representantes da população de Barra Grande assinam pedindo o embargo das obras anunciadas e que determine a realização de serviços necessários para a comunidade. Existe um processo administrativo sob nº 1.27.000.000.679/2010, em tramitação, depois de realizada uma audiência pública com o Ministério Público Federal, representado pelo procurador Kelston Lages, a secretaria de Turismo, Secretaria do Patrimônio da União, Instituto Chico Mendes, Secretaria do Meio Ambiente. Foram solicitadas informações, porque alegaram que o projeto era inadequado para Barra Grande. No projeto há previsão da construção de uma Praça dos Pescadores, mas os pescadores não foram consultados. E consideram o local inadequado para a obra. Há previsão de mudanças e reforma das barracas de praia. No documento as associações alegam que precisam de outras infraestruturas como creches, escolas, postos de saúde, energia elétrica e não, imediatamente, de uma rodoviária, um memorial para pescadores, uma praça de eventos e uma estrada de desvio do acesso para a praia. A população de Barra Grande se manifestou contra o projeto apresentado pela Secretaria de Turismo, feito pelo arquiteto Júlio Medeiros, no valor de R$ 4 milhões. "Essa proposta trazida pela Secretaria de Turismo do Estado deixa evidente um prejuízo a comunidade na medida em que privilegia aspectos e propõe a construção de equipamento, cujos impactos sociais, econômicos, culturais e ambientais revelam-se bastante negativos para a região", diz o documento. O documento entregue ao MPF foi subscrito por representantes da Associação dos Moradores do Balneário Barra Grande; Colônia de Pescadores; Associação dos Artesãos; Associação dos Condutores de Visitantes de Barra Grande; Associação dos Condutores de Turismo de Barra Grande; Pousada Pontal da Barra; Pousada Pedaço do Paraíso; Pousada Paraíso da Barra e Pousada Taboas, além dos representantes da Igreja Católica, porque a igreja de Barra Grande está interditada para reforma há vários meses. A comunidade quer barrar o inicio das obras e embargá-las, até que se decida o que é mais importante para a população do local. Ainda alegam que o impacto ambiental vai afetar a vida do peixe-boi, que é uma espécie preservada na região que é considera área de preservação ambiental do Delta do Parnaíba.

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