O Município de Luiz Correia, detentor da maior faixa de terras do Litoral do Piauí, tendo, portanto as praias mais freqüentadas, encontra-se em estado de abandono: A cidade está suja, maltratada, ruas e avenidas esburacadas, praias tomadas pelo lixo, calçadões quebrados, sem iluminação pública, praças depredadas pelo tempo, lixo acumulado nos bairros, o mato tomando de conta das vias públicas, projeto da orla da praia de atalaia sem conclusão com constatação de fraudes e irregularidades, porto sem conclusão, o crack escravizando a juventude, um povo escravo da política paternalista, governado por políticos arbitrários e autoritários. Um povo que se cala mediante favores medíocres, se tornando um povo passivo, omisso, alienado, sem capacidade de pensar e nem de agir por si próprio. Um povo que se esquiva, se acovarda e foge na hora de combater as velhas práticas políticas que atrasa e empobrece cada vez mais a cidade. Um povo deprimido, com sua capacidade de reação e protesto entorpecida e conseqüentemente sem o exercício de sua cidadania. Um povo que ao longo de sua história, se acostumou a achar que é normal viver numa cidade onde os políticos ficam inelegíveis quando deixam seus mandatos, que enriquecem com o dinheiro público, que deixam a cidade em estado de abandono. Um povo que sustenta e enriquece aqueles que o abandona a própria sorte. Um povo que ainda não aprendeu a votar e escolher bem os seus representantes, aqueles que devem ser empregados do povo e não o seu dono. Nossa terra é um paraíso ecológico, podendo ser a solução do Estado através da indústria do turismo, mas, com o passar dos anos, com a prática desenfreada da corrupção passiva e ativa na política, com o povo vendendo ou trocando o voto em época de eleição, se transformou num covil de políticos vigaristas, autoritários, desconfiados, nepotistas, assistencialistas, fofoqueiros e dados a intrigas e perseguições. As políticas públicas nas áreas de saúde, educação, pesca, agricultura, turismo, assistência social, saneamento básico, infra-estrutura urbana, moradia, cultura e lazer, ainda são uma utopia por aqui. Chegou a hora de abandonar o costume tradicional e histórico da comercialização do voto, onde o mesmo é vendido, trocado e negociado, de comitê em comitê, de casa em casa, de comício em comício, de promessa em promessa, num jogo de toma lá dá cá, como se o voto fosse uma mercadoria que o candidato precise comprar para chegar ao poder. Essa prática hipnotizou o Povo de tal forma, que o tornou incapaz de reconhecer um político honesto. Incapaz de enxergar que os políticos que chegaram ao poder ao longo da história do Município, compram votos, saqueiam os cofres públicos, empobrecem e colocam na miséria essa terra tão promissora. Muitos fazem de conta de que não estão vendo nada, mas, nos bastidores participam de alguma benesse dos poderes públicos corrompidos. A imensa maioria trata o seu próprio voto ou a sua liderança, como um bem a ser negociado em favor de si próprio e condenam Luis Correia a ser o que é hoje. O que nos resta, é continuar acreditando que ainda surgirão pensamentos diferentes, voltados para a ética na política e para a cidadania do povo. Será que nunca faremos nada mais a não ser confirmar a incompetência de ridículos tiranos? Será, será que será?!
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